A frase do Império Romano tem verdade até hoje.

Hoje, tenho a oportunidade de ver minha irmã estudando para o vestibular.

Ficando nervosa pela prova, pelo que escolher para “o resto da vida”, e eu tento tranquilizá-la dizendo:

Na minha época de cursinho etc., considero que foi uma das piores fases da minha vida, me sentia forçado a tomar uma decisão que mudaria todo o resto da minha vida.

Hoje, sinceramente, eu não acredito nisso.

Eu acredito que o caminho será traçado por você e, no final, você vai alcançar o objetivo que tem.

No final do dia, você não sabe o que vai acontecer.

Não adianta ficar pirando nas infinitas possibilidades (como eu fazia).

Seguir seu instinto e se mover por aquilo que te atrai é o conselho mais simples e estratégico que você pode receber.

Aprender a se conhecer é o mais importante em qualquer uma dessas fases.

Eu estava voltando para casa...

O som estava tocando em níveis que eu me arrependeria se estivesse com mais alguém no carro.

"Free Bird" tocando no máximo e sendo a trilha sonora de um filme que passava na minha cabeça mais vivido do que a estrada na minha frente.

O carro deslizando muito acima do limite de velocidade (não façam isso, sou um piloto certificado) e aquele filme me mostrando várias cenas do passado em uma velocidade absurda.

E nesse momento, um clarão invadiu a minha cabeça.

Por um segundo, eu lembrei de tudo o que rolou desde a minha época do vestibular,

cada evento, cada relação e os pontos que se repetiram na minha vida.

Eu não acredito que já tenha conectado todos os pontos,

Mas – por um segundo – eu tive uma visão clara.

Aquilo que eu sempre sonhei, a procura por uma definição que me tirava o sono, finalmente viera como em um passe de mágica.

O engraçado:

Essa “definição” que surgiu na minha mente não é algo determinista.

Não te dá um fato determinista ou que será imutável, do tipo…

“Ah, ok, agora eu sei que tenho que me tornar um Bibliotecário.”

Mas me mostrou uma repetição de comportamentos que tive durante a minha vida que me deram um norte, uma conclusão de que até o meu último dia nesta Terra, o Enrico estará fazendo algo assim.

Uma delas, por exemplo:

Eu sou muito bom em ter amigos muito bons.

O trabalho e a amizade andam lado a lado comigo, sempre fui um cara que – apesar de introspectivo – faz amigos onde quer que vá.

Consegui trabalhos muito bons por causa disso, vivi romances e aventuras por causa disso e vou continuar sendo assim até meu último dia.

No final do dia, eu poderia ter prestado N vestibulares diferentes.

Morado em outros países.

Até mesmo ter feito carreira no exército.

Eu sei que essas características minhas iriam se manter independentemente do ambiente, em uns lugares de maneira mais sutil, em outros de maneira mais proeminente, mas estaria lá.

O importante é se explorar ao máximo.

Então, no final do dia, seria encontrar essas suas características e se colocar em ambientes que proporcionem explorá-las mais.

Imagine agora se eu tivesse me tornado um militar.

Uma das minhas características, a que falei sobre ser bom em ter amigos, seria utilizada?

Sim, talvez socialmente dentro da organização. Mas não seria de longe muito explorada como, por exemplo, eu metendo a cara na internet e conhecendo novas pessoas diariamente.

Entendeu? Existem caminhos que irão explorar melhor os seus talentos do que outros.

Todos temos algo que nos diferencia, algo que fazemos melhor que os outros.

Coloque-se nos ambientes onde você pode explorar seus talentos ao máximo e não existe chance de você não dar certo.

Agora, tentando ser prático…

Como conectar os seus pontos:

Para enxergar, você terá que abrir os olhos.

Para fazer isso, você tem que começar a olhar mais para dentro, se questionar e se interessar por… você.

Espero que essa carta tenha te agregado +1% na sua semana.

Um brinde à aventura da sua vida.

Abraços,

Enrico Mcoa.